sexta-feira, 30 de setembro de 2011

16ª poesia tarja preta - alguns registros .

 
 exposição de MAURÍCIO POKEMON - sobre grafites de MANIN

 exibição de HOSPEDAGEM NO TERROR PARTICULAR

 valadares

 sala da brusca

 zine da sociedade dos poetas por vir

 valadares + sala da brusca

 thiago e

 kilito trindade

 valadares

 demetrios galvão

 sala da brusca

 andré café

+ poemas

 demetrios galvão

 joão paulo + meire fernandes + aristides oliveira | coletivo diagonal |

 skate e público

 demetrios + kilito + sala da brusca

 microfone aberto

canteiro de obras

fotografias de MAURÍCIO POKEMON



A 16ª Poesia Tarja Preta foi envolvida em um clima soturno de cemitérios, erotismo e desenhos urbanos. O tom poético arregimentou figuras singulares, Luiz Valadares e Mário Faustino, em uma cama/cova propiciada pelas sonoridades da Sala da Brusca, pelas fotografias de Maurício Pokemon e pelo Vídeo “hospedagem no terror particular”, produzido por Aristides Oliveira e Meire Fernandes | Coletivo Diagonal |.

Valadares é um poeta vivíssimo de verve erótica e sombria. Mário Faustino, um sujeito que, de vida, virou linguagem – vida toda linguagem. Poeta que morreu sem deixar um corpo, mas que na noite da última quinta | 29/09 | teve um corpo provisório, construído pelas performances dos vários poetas que falaram seus textos. Um clima de morte e gozo pairava no Canteiro de Obras, ou, como talvez dissesse Kilito Trindade, “uma morte gozante” - que seja. Havia morte nos poemas e gozo nossos sentidos, na apreciação sinestésica propiciada pela conexão entre as artes.

Mais um encontro poético, mais parceiros, mais gente nova na corrente da arte poética. Nosso amigos dos Poetas Por Vir se fizeram presentes e deixaram de ser uma possibilidade de vir a ser e se fizeram ato juntamente com a Academia Onírica. Estamos muito felizes pela conflagração de forças entre os poetas, músicos, fotógrafos, artistas plásticos, vídeo-makers – loucos libertos.

Agradecemos a todos que nos ajudaram a fazer a 16ª Poesia Tarja Preta.

Demetrios Galvão

quinta-feira, 29 de setembro de 2011

quarta-feira, 28 de setembro de 2011

Hospedagem no Terror Particular - exibição na 16ª Poesia Tarja Preta


O vídeo é um ensaio cemiterial feito em Barra Grande (PI). Hospedagem… realiza um diálogo crítico com as noções de morte e ceticismo atravessados pela experiência fílmica vivenciada em Subconscius Cruelty, do cineasta canadense Karim Hussaim.

As imagens friccionam em diálogo com os fragmentos de Hussain, na busca do encontro (ou não) de um novo sentido para a morte, afastando-se da perspectiva finita para vivenciá-la enquanto contemplação e processo relacional, misturando d(am)or, desejo, violência, ceticismo, libertação e purificação.

Transformando em perguntas as afirmações de Virgínia Woolf: seria o mar uma extensão impessoal e serena de contemplação? As ondas se sucedem e morrem como nossas existências separadas? As ondas se perdem no oceano como a vida se perde na duração cósmica?

Coletivo Diagonal

terça-feira, 27 de setembro de 2011

exposição fotográfica de Maurício Pokemon



na 16ª poesia tarja preta, exibiremos várias imagens captadas 
pelo excelente fotógrafo Maurício Pokemon.


Maurício Pokemon também é skatista 
e tem uma maravilhosa experiência sensível 
com espaços alternativos de Teresina. 


As fotografias expostas mostram espaços da cidade 
que são vivenciados cotidianamente por centenas de pessoas, 
porém, muitas vezes, a pressa faz com que 
belezas instantâneas não sejam percebidas.

o som

e para que poetas?! e escrever?!
o autor que perdeu os olhos numa guerra
responde assim, tateando um bem na terra:
viver é só um possível de prazer
 a vida, claro, pode até ser grande
um gozo apenas, máximo e bastante
mas, somente este verso sinto ter:
viver é só um possível de prazer
e como estes dois olhos se apagaram
tive de acender meu corpo e ouvidos
passei a ver prazer no som, não visto
pela vibração, poemas me serviram
pelo pulso no corpo, e não sentido
um murro de barulho, ou urro-bicho
pra gostar do som, poemas me serviram
com a pele e a orelha achei um bem possível
e hoje, o homem de escuro e negror pega
em vão, ruído que afague a vida cega
nestas trevas, a língua é luz, é míssil
é agrado, menos dor, zoada bela:
feito o estralo da estrela que em mim se atrela



                                                                               thiago e

segunda-feira, 26 de setembro de 2011

grafite

foto de Maurício Pokemon
Tarde muito tarde
Tardo sem acordes
Ardo sem recordes

Noite após noite
Minhas falanges trabalham suas notas
Noite pós noite
Vagos lumes vagos lumes

 
Valadares

domingo, 25 de setembro de 2011

AO-Revista na Cidade Verde - Revista



Cidade Verde - revista

11 de setembro de 2001, ano 01, edição 14

sábado, 24 de setembro de 2011

Entrelinhas

Cada linha acena um sentido
De passados, de instantes, de futuros.
O que mais nos parece obscuro
Nos habita, mas mora no olvido.

São recessos de vida, tempos idos.
Tudo em si se agitando, nada é nulo.
Só se manifesta o teu maduro
Que se revela sempre que há motivo.

Não insiste no que não te pertence
Só o que mora em ti se revela.
A insistência torna impotente
Para tudo aquilo que exige espera.

Se há algo que tu não adivinhas
Ainda não te habita as entrelinhas.

Thiago Alex ( Colaborador - Paulista/PE)
http://filosofeducar.blogspot.com/

quarta-feira, 21 de setembro de 2011


16ª Poesia Tarja Preta
Luiz Valadares convida Mário Faustino

poesias +
Sala da Brusca +
esposição fotográfica Maurício Pokémon +
vídeos do Coletivo Diagonal +

no Canteiro de Obras a partir das 20h
quinta-feira dia 29 de setembro

os universos dos vôos da carroça

i
o clitóris da lua, cogumelo que se derrete sobre as jangadas,
aquela diáspora da libido, uiva nas gargantas das filhas do rio,
e medusa de folhas, flor do incesto, caule da árvore de vidro,
cálice de pedra, orgasmo de delírio,
a jangada de bronze singra a terra rachada,
e na clepsidra inconsciente,
os olhos da noiva
e esse alguém enterrado sob os meus pés.

ii
jaguares alados em vôos elípticos
à espera que a terra não-trema aos meus pés
emoldurados nas espirais genéticas
acrobacias de uma distância

iii
a convivência entre mortos e vivos na esteira da carroça é labiríntica
encruzilhada de signos e breves alusões
uma forte pincelada de amarelo
recobre a íris e as rugas da testa.
o menino e a menina pairam sobre o mato verde
na loucura do mundo em vôo de arribação
nas vestes dos mendigos ao caminho
na luz da cruz e da ilusão.
a virgem mãe que abençoa
a decolagem reluzente
ao som do pacto
entre a mão velha e o olho novo.

iv
o movimento da carroça pela via láctea
este inverno de luzes e de sombras
nas vinhas do silêncio
artifício para bem longe dos autômatos
que cria o criador em solitária alquimia
por entre o esplendor das terras-águas dos peixes e das parreiras
na miração dos peixes-folhas-de-uva.


Nuno Gonçalves (colaborador – Fortaleza-CE)
poema do livro "o sol e a maldição", Edição: Livres Escribas, 2004.
http://americalatindo.blogspot.com/

segunda-feira, 19 de setembro de 2011

AO - Revista nas bancas


AO - Revista em todas as bancas de revistas do Piauí
e nas cidades de Parnarama e Caxias, no Maranhão

sábado, 17 de setembro de 2011

Excurso Acerca de uma Indagação Feita por Santo Antão aos Viajores Doutos na Montanha

que é primeiro, o sentido ou a letra? E qual é a origem do outro: o sentido da letra ou a letra do sentido?




O sentido da letra principia
A letra do sentido em revestrés
E o elo que os enlaça assim ensilha
Palavra travestida em vieses dez

O sentido precede a toda letra
Como o pensar precede a fala
Pois que o sentido é uno, a letra vária
Represa o pensamento a cada treta

E ensilha a letra aquela fala elástica
Sofisma permissivo da palavra
Decantado fabulário de falácias

Oh taumaturgo então argua a cada
Cristão que a Santo Antão roga e devassa
Como o pensar precede a fala? 


Ranieri Ribas | colaborador |
autor de OS CACTOS DE LAKATUS e AOS RENOVOS DA ERVA

quarta-feira, 14 de setembro de 2011

CURTIÇÃO π


Poetas & prosadores não percebem que o Piauhy é um couro de bode espichado!
Políticos & paquidermes não percebem que o Piauhy é um couro de body espichado!

Eu digo que é preciso curtir o Piauhy
É preciso acariciá-lo, descaroçar-lhe a miséria
Arar-lhe o sonho centenário

Poetas & prosadores não sentem o Piauhy como um couro de bode espichado!
Políticos & paquidermes não descrevem o Piauhy como um couro de body espichado!

Eu digo que é preciso acudir o Piauí com gaze, soro e esparadrapo
Despojar-lhe dos trapos e das trapaças
Desmedunizar-lhe a alma

Poetas & prosadores não poetizam: o Piauhy é um couro de bode espichado!
Políticos & paquidermes não discursam: o Piauhy é um couro de body espichado!

Quando será que o Piauhy vai dar no couro?


Ernani Getirada (colaborador – Pedro II/PI)
Idealizador da Tenda da Cruviana
http://cruvianadepedroii.blogspot.com/

terça-feira, 13 de setembro de 2011

Eu Era a Barata de Estimação de Kafka




Parece que Franz acordou um pouco indisposto hoje. Claro que é domingo, dia nublado, ar carregado de preguiça. Mas ele está sim diferente, deve ter tido sonhos perturbadores durante a noite. Ele não consegue parar de pensar naquele processo absurdo no qual está envolvido, pensa que pode acabar indo parar numa colônia penal. Não entendo muito dessas coisas de processo, sou apenas uma barata de estimação, mas eu li uns trechos da carta que Franz escreveu ao pai e posso dizer que ele anda muito atormentado.

Sobre a questão das leis, Franz já se mostrou muito temente a elas, apesar de não entendê-las. Já fez até promessa para se livrar desse processo, inventou até de jejuar, como se passar fome fosse uma arte!

Posso suportar tudo isso com a astúcia e a aflição com que Ulisses enfrentou o canto das sereias, mas não vou me submeter a esse capricho do Franz de querer viver em um castelo na América. Ah, isso não! Prefiro me tornar timoneiro de navio pirata ou ter meus pés devorados por um abutre. Além de que, esse advogado dele é um cavalo, senão o resultado de um cruzamento estranho ou um macaco que pensa que é gente. Desse jeito Franz vai acabar se jogando num rio, como se isso fosse um veredicto inevitável.


Daniel Ferreira | colaborador | autor de SOB A SOMBRA DA NOITE - 2005

segunda-feira, 12 de setembro de 2011

sábado, 10 de setembro de 2011

Eu e o Chico Buarque


O Chico Buarque sempre me vem aos domingos. Fico imaginando como ele passa os domingos. Será que está escrevendo. Será que está tomando uma boa dose de uísque com algum amigo, falando sobre arte. Ou será que a essa altura ele já não suporta falar de arte. Será que ele não faz nada aos domingos ou reserva esse dia para fazer alguma coisa especial.
Eu enfrento meu domingo ouvindo Chico e outros amigos de versos. Chamo-o de amigo e sou. Da parte dele eu não posso dizer nada, posto que ele não me conhece. Eu falo sempre com os versos dele. Levo meus amores com ele. Passos os dias bons e ruins. Porres de felicidade e amor, porres de tédio e fossa. Estando ele tanto comigo eu não poderia tratá-lo assim feito um desconhecido.
Gosto de ouvir música com minha mulher por perto. Ela vestida em poucos trajes belamente simples circulando pela casa. Quando falamos sobre música ela sempre diz “ah, pra ti, música é o Chico e o Caetano. Nem adianta discutir”. Mas e não é? Ele está cantando agora. É domingo. Eu sinto um gole de bebida na boca.
Escrevo alguma coisa e quando fecho os olhos me vejo dançado com minha mulher no meio da sala. Uma dança suave, mais sendo um carinho, um abraço e um embalo que exatamente uma dança. Estou abraçado com minha mulher, meu rosto no seu colo. Escorrego as mãos por suas costas, acariciando suavemente sua bunda. Subindo as mãos acariciando suas costas, pescoço, até sentir seus cabelos longos entre meus dedos. O cheiro dela, o som do Chico, a pele dela a poesia dele. Domingo, amor e música. Mas por enquanto é saudade.
O Chico me faz boa companhia quando minha mulher não está por perto. Quantas conquistas devem ao Chico. Quantas boas trepadas se embalaram com Chico. Quanto amor e quanta solidão. Será que o Chico pensa nessas coisas? Não sei. E quantas festas, quantas brigas em casa, quantas boemias, quantas mesas até ao amanhecer. Quantos fins de amor, quantas conquistas. Num outro domingo, ouvi o Chico cantar [ou dizer] “a dor da gente não sai no jornal”. Não sei o que dizer depois disso. Não quero gritar, não quero manchete. Fico quieto ou saio e bebo um pouco.
Esse domingo está tão sem graça. Não tem nem mesmo a falta de graça doutros domingos. Tenho trabalho que não posso deixar para segunda. O telefone não atende e não consigo falar com minha mulher. Não tem bebida na geladeira. Acho que esse texto está bem mixuruca. A única grandeza agora é a música do Chico. É assim, quando o domingo está bom tem Chico tocando, quando esta ruim também. Quando escrevo algo que preste é iluminura dele, quando o texto está uma merda eu me salvo com ele.
Se o texto agora não lhe parecer muito interessante, nem valer a pena, pare a leitura e vá ouvir um pouco de Chico. Paro de escrever por aqui e vou ouvi-lo. Curtir o domingo e lembrar meu amor. Cada um com o seu domingo. Eu cuido do meu, você do seu. O domingo do Chico Buarque nós não sabemos. Então, cada um com seu domingo. E até a segunda feira, que é um dia de todos.




João Henrique Vieira (colaborador)
foto - Paulo Barros

quarta-feira, 7 de setembro de 2011

as sombras de Orfeu

O jato de sangue é poesia
Não há nada que o detenha
Sylvia Plath

tenho a fragrância do sangue em meus dedos
a poesia pulsa fosforescente
na rubridez que escorre
e ondula
a fulgidez enlanguescida dos sonhos
o meu silêncio fluido
uiva
o beijo seco e os olhos náufragos
d’algum encanto a volúpia
surja
radiosa num rastilho de pétalas
a rosa aflora nua
os nervos dos meus frouxos versos
na convulsão da madrugada em fulgurações
cobre de lírios o insepulto canto
a flama e o desejo proclamo
perdido entre verbos e açucenas
a vaporosa lua se derrama
em minhas mãos

Ítalo Cristiano (colaborador - Parnaíba-PI)
http://italocristianopi.blogspot.com/

segunda-feira, 5 de setembro de 2011

Academia Onírica no Salipa - Parnaíba

 
                                                  A.O.               foto - Laís Romero  

No último sábado (03/09), a Academia Onírica esteve na cidade de Parnaíba lançando a AO – Revista e o cd Veículo q.s.p, no Salão do Livro de Parnaíba. Os Tarja Preta fizeram performances com as sonoridades do guitarrista Vazin e propagaram a poesia onírica em parceria com as bandas-amigas Validuaté, Theregroove e Teófilo. O Porto das Barcas foi o ancoradouro do Barco Bêbado e da Nau dos Louco --- o vento levou a poesia pela cidade a dentro.

A AO agradece aos realizadores do SALIPA, Wellington Soares, Edilva e todo o pessoal pelo convite. E ao Roraima e Teófilo, pelo espaço cedido.

balé abrindo nossa apresentação

Thiago E

Laís Romero

Demetrios Galvão

Kilito Trindade + Laís Romero + Demetrios Galvão

Thiago E

Laís Romero

Demetrios Galvão



fotos = Mayra Brandt

sexta-feira, 2 de setembro de 2011

AO em Parnaíba


sábado à noite (03/09) 
Academia Onírica + Validuaté
propagarão poesia e música
no Salão do Livro de Parnaíba


e também lançarão a AO Revista lá! 

(revistas, cds e zines - na bagagem)

FOGO DE MUNTURO

Não é fogo de palha!

Teresina, ainda está em chamas!

(estudantes-trabalhadores-donos de casa-donos da rua)

Obrigado pelo fogo!

Há brasa no peito da gente

Há centelhas por todos os lados

Onde há fumaça, há povo

Teresina ainda clama

(estudantes-trabalhadores-donos de casa-donos da rua)

Sem essa de PBCDLMNOSTUV

Chutaram os paus das bandeiras

Caíram as letras das siglas

Invocaram todo o alfabeto

De A a Z O LÍDER É VOCÊ

FICA ACESO: 30 BALDES DE ÁGUA FRIA NÃO SÃO SUFICIENTES PARA APAGAR UM FOGO QUENTE.

Kilito Trindade