quinta-feira, 27 de outubro de 2011

AO na semana de letras da UESPI

Kilito Trindade

Thiago E
Demetrios Galvão

André Café

 particação da galera
participação da galera

thanatos

angústia
é não saber o que virá
quando o sopro que infla
findar,

e restar somente o nome
sem o tempo
imerso na ausência,

e não saber se o que é matéria
dilui um nada
de existência,

e resta o filho
com o nome do pai
que é o avô –

bisneto da saudade que há
e mesmo ela, a saudade
conduz
à outra saudade
que é saudade multiplicada
por milênios,

angústia
é não deter a finitude
quando o corpo já não responde,

e a sombra
transcende
cerrando o medo da verdade –

onde somos poeira
varrendo o cosmos da solidão
que se encontra poeira, de mais poeira
somos sol, que brilha e apaga.


Ítalo Cristiano (colaborador Teresina/Parnaíba)
http://italocristianopi.blogspot.com

quarta-feira, 26 de outubro de 2011

sexta-feira, 21 de outubro de 2011

Terezona nº 2

AVISO AOS NAVEGANTES: Número 2 da Revista Terezona está no ar! Confira: http://www.terezona.com/
Com detalhe: quem usa Internet Explorer, clique aqui

entrevista com China + fotografias de Jader Damascceno + Núcleo do Dirceu + show da Quarterão + Academia Onírica + + + + + + + +

quinta-feira, 20 de outubro de 2011

Palavras secam
Na pele dos vivos

Poetas saem
Em silêncio

Deixam notas
Debaixo das portas

A arma é a poesia
Cilada guardada
No tempo

 
Rubervam Du Nascimento (colaborador)
poema do livro – Marco Lusbel Desce ao Inferno,
ed. Blocos, 1998.
fotos - Maurício Pokemon

luto

São tantas coisas mortas e o desejo
De animá-las ao som de minha voz.
O mundo é gigante e eu sou a foz
De alguns de seus tantos segredos.

Afluente, hei de ser, do que antevejo;
Caminhar neste mundo como algoz
Estando sempre a desatar nós
Pronto para sufocar nossos medos.

É uma luta injusta e cansativa
Dominar a palavra, a linguagem
E trazer todo mundo a liça.

Esta é a luta com que está morto
Esta é a mais singela imagem
Do que há endurecendo este moço.


Thiago Alex (colaborador - Paulista-PE)
http://filosofeducar.blogspot.com/
foto - Maurício Pokemon

segunda-feira, 17 de outubro de 2011

Bom conselho ou Palavras a um iludido


"Entendo que poesia é negócio de grande responsabilidade, e não considero honesto rotular-se de poeta quem apenas verseje por dor de cotovelo, falta de dinheiro ou momentânea tomada de contato com as forças líricas do mundo, sem se entregar aos trabalhos cotidianos e secretos da técnica, da leitura, da contemplação e mesmo da ação. Até os poetas se armam, e um poeta desarmado é, mesmo, um ser à mercê de inspirações fáceis, dócil às modas e compromissos." 


                                                             Carlos Drummond de Andrade, In: O Amor Natural.


Como complemento segue o link:  Indagações sobre o verso livre - Carlos Felipe Moisés ----> Uma pequena aula, e mui pertinente, afinal estamos numa Academia!

sábado, 15 de outubro de 2011

fotografia e poesia no jornal

| clicar na imagem |

jornal O Dia - domingo, 16.10.2010 - caderno Metrópole.

foto Diego Iglesias
texto Thiago E

fotografia - MAURÍCIO POKEMON

sexta-feira, 14 de outubro de 2011

café com brassaï

brassaï sentado no beiral de um sonho:
olhos fixos na paisagem amorfa
tinta nos dedos e sangue nos pés

um casal de gatos siameses lambia
as sobrancelhas daquele rosto inadequado

nas ruas nervosas, os dj’s satânicos e as
profecias bailarinas nas praças-comércio-do-sexo

a noite gasosa e o burburinho que pingava
pelos ossos da lua-cinema onde nadja se escondia.


– brassaï toma café-radioativo em uma fotografia de 1933.


Demetrios Galvão
(poema do livro Insólito, a sair em novembro pela ed. Corsário)
foto - Maurício Pokemon

a língua da cidade sonha uma dança delicada

o tempo pousou em suas unhas
com assustadora delicadeza
enquanto as mariposas de prata
atravessaram o atlântico de lágrimas
e a tintura artificial de seus cabelos
teimava inutilmente contra a imagem refletida
no espelho d’água
sussurrando as chagas percorridas
& os uivos famintos da velhice

a beleza pousou em seus lábios
e por cinco segundos
senti amor entre nós
mas o cadáver cruzou a Azul avenida
e os meus dentes voltaram-se novamente
contra a carne macia do cordeiro

a madrugada passou como uma dama louca
e minhas córneas vomitaram sobre a linha de passe
enquanto a chuva descansava
e a assustadora beleza do tempo
insistia em te devorar

 
Nuno Gonçalves (colaborador – Fortaleza-CE)
http://americalatindo.blogspot.com/
foto - Maurício Pokemon

terça-feira, 11 de outubro de 2011

de Roberto Piva para Jorge Mautner


você sabe que metrópoles
são necrópoles
desde o tempo dos nossos
manifestos dionisíacos
no niilismo da madrugada
quando delicados garotos dormiam
no trianon
iluminados com a orla distante
das nuvens
delicadas são as árvores
delicado é o urso polar
& você espalhando sua delicada
mensagem arcaica / eletrônica
dizendo pra eles
que somos muito pobres
& felizes para sempre



parque da água branca sp 96
Roberto Piva


poema inédito de Piva enviado por Mautner
 e publicado na 1ª ed. da nossa AO-Revista

domingo, 9 de outubro de 2011


| clicar na imagem p/ ler |
jornal O Dia - 08.10.2011

os camaradas Adriano Lobão Aragão e Wanderson Lima
publicaram mais uma edição da revista literária dEsEnrEdoS.
já já ponho o link que presta aqui...

enquanto isso, você pode visitar outros espaços também dos 2:

sobre literatura e cinema, do Wanderson:

blog de uma seleta de poemas:

do adriano lobão:


xarpi do artista MANIN = fotografia - MAURÍCIO POKEMON

sábado, 8 de outubro de 2011

tenho nas mãos tanta cor.

tenho festas inteiras entre os dedos.
e corro pra ti, jogo a idéia.
você não entende, não me leva.
rebolo. me movo. provoco. brigo.
acaba em sufoco.
sou zanga pura, eu bem sei.
mas nas minhas mãos era a cura, que eu espremia,
de tristeza não abri.
punhos fechados e você nem viu.
tanta cor que eu levava pra ti.


Renata Flávia
http://lustredecarne.zip.net/
foto - Maurício Pokemon
a palavra
sangue
sente que tem
alguém atrás
da palavra
sangue
com uma faca

 
Nicolas Behr (colaborador, Brasília – DF)
(poema do livro Peregrino do Estranho, 2004)
foto - Maurício Pokemon

quinta-feira, 6 de outubro de 2011

Ora, quente! Teresina é assim:


Dia-açucar
Dia-sal
Dia-chuva
Dia sol
Se, molha! Esquenta o sentimento e aumenta nosso doce amor
Se, esquenta! Molha nossos corpos e do suor o sal se soma ao doce
Amor! Teresina, meu soro caseiro
Sou caseiro deste meu lugar.

 Kilito Trindade
foto - Maurício Pokemon
Talvez seja talvez...


Talvez que a vida seja
(Que a vida seja o que não se sabe...)
Para mim
Afiada adaga, rumorejante e sutil (inconsútil)
Escarlate como o sol a pino,
Trêmula como a carne,
A coser seu fio com a lâmina outra
Da língua amorfa dos anjos empedernidos...
Que a vida talvez seja
(Para mim a vida é talvez... Sempre talvez...)
Saliva dos aedos endoidecidos,
Gotas de sangue a verter de uma
Carta de amor
(Que talvez o amor das cartas seja crepuscular, meio sol, meio sombra, entre a vida e a morte, o corte e o suicídio)
Seja a vida talvez seja
O peso cavalar do destino
(Para mim é sempre desatino)
Batido entre ventos e tempestades...
O coice abissal da alimária sagrada...
E também o coito vespertino de abelhas
E vaga-lumes
(Que vida é lume, luminosa, angulosa, feito de pontas...)
Que seja o poço onde bebeu a Samaritana.
O livro perdido, fama e enredo,
Vocabulário de prata
Sede de absinto,
Rede de pesca entre a água e a areia...
Vida seja, talvez a vida seja
De tão sublime, virtuosa e degradante
Assomo de santidade
E diabólico texto de exorcismo ao demônio
Que nos reinventa...


Francisco Dênis Melo (colaborador - Sobral - CE)