quarta-feira, 31 de março de 2010

Impressões do 3º Ritual Poético dos Oníricos - Parte II

a última quinta-feira foi feita de rockesia e poemock e uhuu! e aa!uu! e algo mais que nos deixou eletrificadamente em paz. Jim Morrisson foi o poeta homenageado da noite “para propagarmos o nosso desejo pela vida”. viva a Clínica Tobias Blues! A banda fez as bases sonoras e intercalou os textos com rock’s dos The Doors. Muito bom! obrigados ao Sandro + Renato + Douglas ressoando que “a música inflama o temperamento”. As artes plásticas de Joniel Veras – querido indiano - estavam em exposição e somaram à noite estranha e bela. “Poesia é design de linguagem” lembra Décio Pignatari. Performances individuais + uma oração americana + leituras coletivas + participação do público bem vindas – bem vivas! Kátia Barbosa fez as fotografias do evento e escrevo aqui meu beijo. SMACK! E um merci beaucoup de muitas gracias de obrigados ao Zorba Igreja que projetou e engendrou o zine 3 - caixa de remédio - da Academia Onírica: bula = antídoto poético! Anti-tédio. Junto com Jim Morrisson, “nos agarramos à vida – a nossa flor apaixonada”. Há!há! E lembrar que todo evento onírico é um acidente todo contente desconhecedor de onde vai dar. Até já-já!

Thiago E

Impressões do 3º Ritual Poético dos Oníricos

No inicio foi perguntado: “estão todos aí? estão todos aí? estão todos aí? a cerimônia vai começar” – e assim Jim Morrison baixou no terreiro Canteiro de Obras. Na noite, os comprimidos da Academia Onírica tinham a companhia da Clínica do seu Tobias Blues para realizar o ritual, para dizer poesias urbanas-cinematográficas-alcoólicas. Novamente uma galera compareceu ao chamado no orbital, recebendo na entrada uma cartela do Zine da AO e a longitudinal Trimera. De cara Kilito recebeu o santo, digo, incorporou o próprio Morrison, disse que foi até a casa do cara convidá-lo para a farra e ele veio, acompanhado de uma legião de lagartos. Assim, os oníricos se seguiram um depois do outro no microfone pegando carona nos acordes do seu Tobias e por lá passaram escritos de abismos, criaturas novas, os mestres de outros tempos, o mistério dos sonhos e putas selvagens. O ritual também teve a participação de rostos novos e vozes inéditos – atravessamentos inesperados, surpresas divinas. Dessa vez com a textura das imagens obtusas de Joniel Veras. Os desenhos projetados na parede abriam a janela para a realidade da desrazão, lugar onde se fabricam os comprimidos oníricos. Os instantes se sobressaltaram, os copos foram secando e a lua levou a noite junto com o santo, o ritual terminou e garantiu a cerimônia sem chuva.
Demetrios Galvão

Criaturas da noite:

Poetas:
Academia Onírica: Lais Romero + Kilito Trindade +
Arianne Pirajá + Demetrios Galvão + Thiago E. + Valadares.
Convidado: Renato Barros

Músicos: Clinica Tobias Blues

Exposição: Joniel Veras

Fotografa: Kátia Barbosa

--> --> distribuição do zine da AO e da Revista Trimera
# todas as fotos da noite por Kátia Barbosa #
Academia Onírica: Thiago E., Kilito Trindade,
Arianne Pirajá, Valadares, Demetrios Galvão, Laís Romero

Kilito Trindade

Demetrios Galvão

Laís Romero

Thiago E.

Valadares

Arianne Pirajá

Renato Barros

Academia Onírica: Valadares, Laís Romero,
Thiago E., Arianne Pirajá, Kilito Trindade, Demetrios Galvão

quarta-feira, 24 de março de 2010

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domingo, 21 de março de 2010

Ultra-Som
p/Lara Galvão

Dentro da barriga da mãe,
Lara quer ter uma lâmpada acesa.
No escuro, não encontra as belezas
que ouve dentro da barriga da mãe.

No útero escuro da mãe,
Lara escuta um rock sobre uma estrela:
se não enxerga, imagina consigo
que é bonito não tê-la.

O som se torna luz, na barriga da mãe.

Lara apertada na casa escura
não sabe do seu quintal, ainda.
Lara imagina com o som o mundo
onde vai mais se mover,
depois da aquática vida de bebê.

Se não enxerga, imagina
Dentro da barriga da mãe.

Thiago E / Joniel Veras
CAUSURA
Joniel Veras

sexta-feira, 19 de março de 2010

quinta-feira, 18 de março de 2010

III Encontro Poético – Noite Jim Morrison

Nesse terceiro encontro do ano, a Academia Onírica irá dialogar com a poesia de um dos ícones da música dos 60, Jim Morrison, vocalista da The Doors. A intenção é seguir abrindo as portas da percepção e expandindo as experimentações poéticas e sensitivas. Para esse encontro os Oníricos irão contar com a participação da banda Clínica Tobias Blues, fazendo as bases sonoras, e com a exposição, em slides, do trabalho do músico e artista plástico Joniel Veras. Na ocasião, a Academia estréia a parceria com a Revista Trimera.

A parada acontecerá na quinta-feira dia 25/03 às 20h, no Orbital Cultural Canteiro de obras (Eliseu Martins com Anísio de Abreu. Próximo a praça do Fripisa).
Entrada: $ 2 pilas e ganha na hora um exemplar da Revista Trimera + o III lote do zine da Academia Onírica.

quarta-feira, 17 de março de 2010

introdução ao caminho da serra

(antes de qualquer coisa a estrada, o interior e o nada, a garganta da terra e o gritador, a saliva do outro, a serra, o acelerador, cavalgar o dragão, se alimentar do silêncio e dos ruídos, e do que as ovelhas trazem de negro em seu pêlo manso, escorregar para a maciez do frio: Vênus entre a Terra e o Sol. mas teus olhos portam um lodo insípido e caramujos dóceis de sono sem fim .................................... lamber teus pulsos é um presente: andar de bicicleta até cair no teu aquário junto com os caramujos.)

Demetrios Galvão
IRM+âO DO AMARELO
tela = Joniel Veras
Ainda ontem teu vestido
Pôs teu corpo na minha língua
E teus líquidos
Trouxeram inverno
Para dentro de mim
E teus pêlos roçaram meu rosto
E arrepiaram meu cérebro
E ativaram meu membro
Como pílulas azuis
Dilatando minhas veias
E teus grandes e pequenos lábios
Se tornaram só lábios e risos
E quando noite
E quando dia
Só gosto de morte
Teus lábios no boca a boca
Reanimaram em mim
O que ainda sêmem em ti.

Valadares
AMIANUCAM
tela = Joniel Veras

domingo, 14 de março de 2010

...(14 de março)...

No principio era o verbo
E o verbo se fez carne... gesto... grito... silabas... palavras... poesia...
E paralavrarapalavra...
...o poeta
Catador de palavras na cabeça do tempo
Plantador de idéias em cérebros férteis
Catalisador das sinapses neuronais entre cabeças partes da cabeça do mundo
Do mundo da poesia
Da poesia que não se força
Da poesia que por sí poesia
Vai poesia! vai!
Vai... montada no meu pensamento
Romper a barreira dos tempos
Girar e pirar a rosa dos ventos
No firmamento escrever o teu testamento
... poesia ninguem vai te controlar...

Kilito Tindade

sábado, 13 de março de 2010

Academia Onírica + Trimera

A Academia Onírica anuncia no corpo deste pequeno texto a parceria com a Trimera Letras, uma união que visa expandir o alcance dos dois trabalhos: a Trimera torna tangível os versos tantas vezes recitados e a Academia transforma em recital as páginas que são editadas e lançadas pela Trimera. Um espetáculo.
A revista Trimera, já tão conhecida dos teresinenses, participará dos Saraus da Academia Onírica de várias maneiras, uma delas é que a partir do próximo sarau ela estará sendo entregue na entrada em troca de simbólicos R$ 2,00.
Além disso aconselharia que os leitores desta singela plataforma de expressão esperem pela próxima edição da revista Trimera que trará novidades e a tão esperada periodicidade estabelecida: semestral.

Até.

sexta-feira, 12 de março de 2010

a língua é um triste molusco.
já sem esperança, no escuro,
de reaver seu casco, ter futuro,
resigna-se com riso de chumbo.

como lhe resta ser mesmo língua,
linguagem, motor – sempre e ainda –
é, na boca, pá e palavra:
fala igual como quem cava.

cava com o corpo um liso assoalho:
chão de carnes gêmeas, molhado,
buscando, na cabeça, o antigo casco,
roupa e casa, escudo e agasalho.

a língua é um triste molusco.
já não sabe se é carne ou um soluço.
sem concha, se re-inventa no escuro.
sem cara, existe feito um espectro,
um susto, movimento, um obgesto.

Thiago E.
Júlia
tela = Joniel Veras
Penso em deixar a vida
Como uma flor na calçada é deixada:
Com lentidão na queda
Com desdém no gesto
E com amor na alma.

Laís Romero

terça-feira, 9 de março de 2010

procurar o lábio

alheio

alheio

a tudo que não for

lábio

Demetrios Galvão
F+èMEA
tela = Joniel Veras

sábado, 6 de março de 2010

Quando a porta fecha
Sigo a fresta E saio E entro E fico e faço festa
E claro fico noutro lado que me resta
Quando a porta fecha

Kilito Trindade
dois
tela = Joniel Veras
Noite

Por entre tiros
cantos de grilos e gritos de galos
sereno calo e escuto o que falo

Kilito Trindade/Bruna de Notas

quarta-feira, 3 de março de 2010

Instantâneo

Os sinos dobram,
Meu coração badala.
Ancorado em mim a noite
Como um riso estrelado
Faz festa
E todas as horas dizem alegria.

Valadares
chorume
tela = Joniel Veras
Falésia

Dessas muitas faces que me aparecem
encontro sempre o aconchego
de luzes infinitas
piscando no fundo de teus olhos
molhados.

Seria palimpsesto a ser desvendado?
Ou o véu que te inebria
é convite desnecessário
para pulo abissal?

Não há atrevimento que responda
nem domínio
que minha escassa ciência permita explicar.
Somos apenas o mais puro e catastrófico
conceito de falésia.

Laís Romero
No mês de março o nosso blog será ilustrado-iluminado pelo trabalho do músico e artista plástico Joniel Veras. Com vocês, o artista: Povo caro e onírico - me chamo Joniel Veras- 25 anos no mundo-nasci por essas terras mesmo - passeio por outras mas gosto de voltar - comecei a pintar em 2006 - a pintura a óleo me agrada, me faltando competência ou desejo de explorar outro campo - me interessa pintar a criatura em sua tela clausura - passatempo ou ofício a mesma pintura ainda figura como constante descoberta e não consegui plasmar traço ou técnica que me permitam repousar.

segunda-feira, 1 de março de 2010

Anotações sobre o 2º Encontro Poético da Academia Onírica - 25/02/10

A noite no Canteiro de Obras nunca esteve tão atenciosa e lírica, mesmo num clima de poema porrada e vaginas coloridas ninguém ali foi piedoso. Iniciamos assombrados num documentário mais que espetacular, um soco no estômago, uma flor, Assombração Urbana com Roberto Piva foi um dos pontos de ereção da noite, absurdamente humano e poético acabou por deixar no ar uma dúvida: para que recitar o Piva, ele já se derramou tanto naquela tela? Não subestimemos a Academia Onírica! O recital nos transformou em bruxos. Releituras e reviravoltas, gritos e espasmos, doses e mais doses de Piva pelos lábios, gargantas, salivas, lágrimas, desejos e amor dos poetas da noite. Uma primeira rodada de leituras foi feita pela Academia, trouxemos Roberto Piva para dentro (ah! e como ele gostou!), num clima de proximidade e descontração foi possível revisitar aquela fúria, aquela voz impiedosa e maldita, desespero e humanidade tudojuntonaqueleinstante. A música trouxe consigo o indizível, tambores e cordas, sibilantes flautas, o vento sussurrava junto às vozes, os espíritos dos deuses todos seguravam nossas mãos. Arrepio. Piva trouxe o transe necessário à continuação do Sarau: os poetas se misturavam, todos eles, os poetas urravam e sorriam, poetas nós abertos e escorrendo pelo canteiro de obras, conversando ao microfone, com as bocas escancaradas em gargalhadas e Baco sempre à espreita. A liberdade deu o tom e os ritmos foram levados por aquilo de antes do antes, sem definição à altura, mas que nos rende todo esse movimento, nos garante a vida. Plena.
Laís Romero

Rapaziada da Noite:

Poetas:
Academia Onírica: Demetrios Galvão + Lais Romero + Kilito Trindade + Arianne Pirajá + Thiago E.+ Valadares + Fagão
Convidados: Maçoni + Telmo Galvão + Chiquinho Garra + Guy Dhegaly

Músicos:
Maninho + Edmar + Fagão (percussão) + Maçoni (escaleta e flauta)

Fotografa:
Kátia Barbosa

--> --> exibição do documentário Assombração Urbana com Roberto Piva -- Valesca Canabarro Dios, Brasil, 2004 (docTV)
--> --> exposição de fotografias = Açaí Campelo
--> --> fotografias/slides = Demetrios Galvão
--> --> distribuição do zine Academia Onírica volume 2
Thiago E.

Kilito Trindade

Ariane Pirajá

Demetrios Galvão

Valadares

Laís Romero

Fagão

Maçoni

Arianne Pirajá + Laís Romero

(todas as fotos da noite por Kátia Barbosa)