quarta-feira, 15 de fevereiro de 2012

adquira a nossa AO-Revista 2

cartaz - joniel veras


nosso mais recente artefato está à venda na Toccata Discos .
a AO-REVISTA 2 está repleta de colaborações especiais e
apresenta uma variedade de linguagens : 
poesia + conto + artes plásticas + prosas avulsas

HÁ DOIS ANOS, POEMAS SÃO USADOS COMO REMÉDIO TARJA PRETA

se seu caso de dependência poética for urgente,
entre em contato conosco que entregamos onde você estiver

POESIA  DELIVERY

domingo, 12 de fevereiro de 2012

coluna intacta retina - poema de Adriano Lobão

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coluna Intacta Retina - jornal O Dia - 
caderno Metrólole, 12.02.2012

coluna intacta retina - poema de Demetrios Galvão

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coluna Intacta Retina - jornal O Dia - 
caderno Metrólole, 22.01.2012

coluna intacta retina - poema de Thiago E



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coluna Intacta Retina - jornal O Dia - 
caderno Metrólole, 11.12.2011.

quinta-feira, 9 de fevereiro de 2012

Dança dos Robôs



substituo-me a cada grosseria da vida

meus sentimentos também

meu coração não quer dizer mais emoção

porque emoções são plásticas

plásticas que fazemos

criadas e surgem a partir de encontros e desencontros de coisas

falo de coisas, e não de almas

minha emoção

substituo-a a cada lance

emoções e sensações são sensores eletrônicos, não mais pulsações

provocadas pelos sentidos

sentido agora sensores

o sangue não me corre mais nas veias

sentimentos são lembranças de um velho: velho palhaço - ilusões do signo

amor é sentimento de culpa, substituído também

assim como outros cuidados

que agente tem com o corpo

corpo-cabeça

não tenho sabedoria

pra me referir e a coisas que ficaram velhas demais

que venham do alto, ou de qualquer outra direção

como se o alto fosse pra cima e o baixo fosse pra baixo - out again

não sinto vontades

substituo os sensores

vontade também é sentimento de culpa

e sensação é relativo a composição corpórea

e corpo já não tenho mais

estou falando,

tratando dessas coisas ainda

porque me faltam alguns sensores

muitos estão velhos

como estes que estão falhando agora

o que ainda chamo de vida

por estar velho

é talvez pra me tentar convencer

de que existir é viver

e viver seja existir ou bobagem

bobagem cara

bobagem

meus sensores estão velhos

isso não é menos importante pros sentidos

que nos dinossauros

pensamos pras coisas

quem pensa são os dinossauros

i'm chip

sensores eletrônicos

conectados desconectadamente

provocadamente

provocantemente

não tenho mais pernas nem pênis

nem os reconheço mais

minhas gatas também são chips

são lindas - todos lindos

não tenho mais rosto

não tenho mais olhos

nem cera nos ouvidos

porque não ouço mais

não vejo mais

o signo ficou velho demais pra mim

não tenho mais sexo

não tenho mais corpo

não preciso mais de sangue

nem de bombas

sou forte

porque substituo-me a cada surto

a cada curto

a cada circuito

protejo-me do frio e da umidade ainda

meus sensores estão velhos

porque de sede já não morro

já que não morro

mas frio e umidade são sensações também

assim como o sonho

meus sensores estão velhos

meus sensores estão velhos

sensores... no sense... neither nonsense...

Smith