brassaï sentado no beiral de um sonho:
olhos fixos na paisagem amorfa
tinta nos dedos e sangue nos pés
um casal de gatos siameses lambia
as sobrancelhas daquele rosto inadequado
nas ruas nervosas, os dj’s satânicos e as
profecias bailarinas nas praças-comércio-do-sexo
a noite gasosa e o burburinho que pingava
pelos ossos da lua-cinema onde nadja se escondia.
– brassaï toma café-radioativo em uma fotografia de 1933.
Demetrios Galvão
(poema do livro Insólito, a sair em novembro pela ed. Corsário)
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