segunda-feira, 30 de agosto de 2010
sábado, 28 de agosto de 2010
Arnaldo Antunes e Meio Século de Poesia
foto = Kátia Barbosa
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“sempre é pouco quando não é demais” – o bar Canteiro de Obras comemorou esfuziantemente os 50 anos do poeta Arnaldo Antunes – paulista, nasceu em 1960 já com o pulso poético no próprio nome – Antunes e Olavo Bilac aqui se aproximam – este último nasceu Olavo Brás Martins dos Guimarães Bilac: seu ritmo e suas 12 sílabas poéticas faz a gente ouvir um verso Alexandrino no ponto – de novo: Olavo Brás Martins dos Guimarães Bilac – e Arnaldo nasceu Arnaldo Augusto Nora Antunes Filho – escandindo seu nome temos um verso heróico perfeito, com as tônicas na 6ª e 10ª sílabas – sem contar a sílaba átona do final, a 11ª, configurando um verso hendecassílabo irretocável: coisa pra poeta do século xvii nenhum botar defeito – repetindo: Arnaldo Augusto Nora Antunes Filho – ah! esses compassos poéticos! tão interessantes! tomara que os professores não tornem um assunto tão lúdico quanto esse numa coisa chata e torturante – o ritmo é leve, acredite! pois bem – nessa quinta 26 do 08 de 2010 tivemos Kilito com parafernálias, abrindo o buraco do espelho e os trabalhos da noite, Laís apresentando o 4º e último número da revista Trimera – sanguínea, sanguinária, viosanguinolenta e sem nenhum coração – por ser a derradeira edição, Demetrios a despachou com fogo e algum esporro – quem não pôde comparecer ao Canteiro de Obras, procure a revista Trimera nas bancas e confira sua última coletânea de textos: você vai encontrar um materialíssimo! – Valadares leu “a chuva” e tantos outros textos – com os amigos da banda Clínica Tobias Blues, Renato, Sandro e Douglas, fiz uma homenagem ao Arnaldo Antunes interpretando sua persona – camisa longa clara, palavras em berros no microfone, raspei a barba e o pé do cabelo – obrigado ao Ícaro Igreja que me cedeu roupa e ajudou com a máquina no pêlo – também dou vivas ao Zorba Igreja que criou a arte do Zine Lote 8 do evento baseada na caixa de Viagra – Academia Onírica: aqui tem amor – “todo mundo quer amor”, “fora de si”, “o silêncio”, “invejoso” foram músicas interpretadas com muito ânimo animado e entusiasmo de quem gosta – à noite somaram-se as participações do público – muito boas! – pra cima! – fiquei super contente de perceber o envolvimento poético de várias pessoas – que seja nosso moto-contínuo – Pedro Vitor registrou em vídeo e logo exibiremos em algum canal da internet – Cícero Manoel era o artista plástico da noite e também estava rabiscantemente presente – como um sempre abençoado, Kátia Barbosa registrou tudo nas fotografias – quando estamos curtindo algo e somos interrompidos, não deu, não chegou, foi pouco – quando estamos curtindo algo e podemos seguir, chega um momento que pensamos “basta”! mas, alegremente, já passamos do ponto, do entre – quem acerta o suficiente? – “sempre é pouco quando não é demais”.
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Thiago E.
Thiago E.
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Rapaziada da Noite:
poesias: AO - Demetrios Galvão, Kilito Trindade, Laís Romero, Thiago E, Valadares + participantes = Zorbba Igreja, Emanuelle Chaves, Thalita Ciane, Edmar, Aline Chaves, Iury Campelo, Chiquinho Garra, Roraima, Luís Batista .....
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músicos: Sandro, Renato, Douglas (Clínica Tobias Blues )
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exposição: Cícero Manoel
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vídeo: Arnaldo Antunes
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fotografias: Kátia Barbosa
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imagens de vídeo: Pedro Vitor
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parceiros: Revista Trimera, Canteiro de Obras, Pontão de Cultura Preto Ghoez Vive, Estúdio Totte, Fotógrafa - Kátia Barbosa.
sexta-feira, 27 de agosto de 2010
quinta-feira, 26 de agosto de 2010
quarta-feira, 25 de agosto de 2010
domingo, 22 de agosto de 2010
O Diabo entre os Doutores
De longe Arthur Rimbaud tinha uma face endoidecida, talvez por culpa de seus longos cabelos ou mesmo de sua clarividência, já que, não tendo herdado, como sonhara, a fortuna do pai, atendia todos as tardes na porta da estação ferroviária: lia mãos, jogava búzios, além de fazer mapa astral... Nas horas vagas escrevia poemas, bebia absinto, freqüentava altas rodas, discutia filosofia, aritmética, física quântica... Era chamado carinhosamente pelos freqüentadores mais velhos de “o diabo entre os doutores”, talvez por isso mesmo exercesse clandestinamente a profissão de bufão e de cônego. Do bufão sabia-se pelo riso dissimulado e pela agilidade do corpo desconjuntado... Do cônego, segundo consta, sobressaia a habilidade de mutilar os salmos e recitar o cântico dos cânticos... Mas quem o via ou ouvia sua voz constatava que sua maior perdição foi ter dormido àquela noite de intempérie na casa vazia de Verlaine...
Francisco Denis Melo (colaborador, Sobral-CE)
De longe Arthur Rimbaud tinha uma face endoidecida, talvez por culpa de seus longos cabelos ou mesmo de sua clarividência, já que, não tendo herdado, como sonhara, a fortuna do pai, atendia todos as tardes na porta da estação ferroviária: lia mãos, jogava búzios, além de fazer mapa astral... Nas horas vagas escrevia poemas, bebia absinto, freqüentava altas rodas, discutia filosofia, aritmética, física quântica... Era chamado carinhosamente pelos freqüentadores mais velhos de “o diabo entre os doutores”, talvez por isso mesmo exercesse clandestinamente a profissão de bufão e de cônego. Do bufão sabia-se pelo riso dissimulado e pela agilidade do corpo desconjuntado... Do cônego, segundo consta, sobressaia a habilidade de mutilar os salmos e recitar o cântico dos cânticos... Mas quem o via ou ouvia sua voz constatava que sua maior perdição foi ter dormido àquela noite de intempérie na casa vazia de Verlaine...
Francisco Denis Melo (colaborador, Sobral-CE)
sábado, 21 de agosto de 2010
8º Encontro Poesia Tarja Preta + Lançamento da Revista Trimera
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Poesias + Sonoridades +
Exposição do Artista Plástico Cícero Manoel+
Exposição do Artista Plástico Cícero Manoel+
Vídeos-Poemas do Arnaldo Antunes +
Lançamento da revista Trimera nº 4
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dia 26/08 às 20h no Canteiro de Obras
entrada + trimera nº 4 + zine AO lote VIII = R$ 5,00
sexta-feira, 20 de agosto de 2010
terça-feira, 17 de agosto de 2010
Arnaldo Antunes --- Poesias 01
8º Encontro Poético - Noite Arnalda Antunes
dia 26/08 no Canteiro de Obras às 20h
domingo, 15 de agosto de 2010
um fragmento da decrépita província
teresina explode num jogo de fliperama, entre um dicionário e o peso da mediocridade, suspensa como um móbile, cheia de conceitos e recortes obtusos. face feita de algo sem passado, estéril ao que se movimenta e o barulho das sementes é estrondoso, raízes aos montes e prédios sem alma se erguendo como bambus na beira do rio. fluxo desordenado de matéria. o bolo abandonado no prato de beirada quebrada, lembra algo velho descartável sem utilidade desafiando qualquer velocidade ou dinâmica e assim de graça eu digo que quero te beijar e esquecer que estou preso. caio fernando abreu vomita na minha cara e não me mexo falo reajo estático como o meio-fio, apenas margem, o nexo às vezes é só uma conseqüência do que pode ser o absurdo desfilando de um lado pro outro feito bicho de zoológico. teresina explode em clichês gordurosos.
teresina explode num jogo de fliperama, entre um dicionário e o peso da mediocridade, suspensa como um móbile, cheia de conceitos e recortes obtusos. face feita de algo sem passado, estéril ao que se movimenta e o barulho das sementes é estrondoso, raízes aos montes e prédios sem alma se erguendo como bambus na beira do rio. fluxo desordenado de matéria. o bolo abandonado no prato de beirada quebrada, lembra algo velho descartável sem utilidade desafiando qualquer velocidade ou dinâmica e assim de graça eu digo que quero te beijar e esquecer que estou preso. caio fernando abreu vomita na minha cara e não me mexo falo reajo estático como o meio-fio, apenas margem, o nexo às vezes é só uma conseqüência do que pode ser o absurdo desfilando de um lado pro outro feito bicho de zoológico. teresina explode em clichês gordurosos.
Demetrios Galvão
Nessa direção eu voaria
Para ter conforto
E sua vulva
Meu travesseiro
Sementeira cortez
Embriagaria com seu láudano
Ações de minha mão débil
A fazer jorrar líquidos intensos
Do teu veio invernoso
Cheio de fartura
Nessa direção eu voaria
Valadares
Para ter conforto
E sua vulva
Meu travesseiro
Sementeira cortez
Embriagaria com seu láudano
Ações de minha mão débil
A fazer jorrar líquidos intensos
Do teu veio invernoso
Cheio de fartura
Nessa direção eu voaria
Valadares
os oníricos chegaram cedinho no Mercado Central, mas por lá tudo estava muito calmo. não havia o burburinho cotidiano e os transeuntes eram escassos, as peças de carnes e os tabuleiros de verduras e frutas estavam se exibindo para poucos. hoje o mercado estava calmo demais, muito estranho, nos entreolhamos e resolvemos tomar café e conversar no Mercado do Mafuá, o projeto de levar poesia ao Mercado Central ficou para um outro dia.
quinta-feira, 12 de agosto de 2010
AO no mercado --- Vol. 2
Seguindo o projeto de levar a poesia aos mercados a Academia Onírica vai nesse domingo, dia 15/08, invadir o Mercado Central de Teresina === poesia de mão em mão com a possibilidade de uma troca de idéias, de olhares... === produção de estranhamentos -- poesia fora de seus lugares habituais === fora da estante == fora dos saraus == fora da universidade ---- >>>>>>> a palavra poética no meio de frutas, verduras, carnes, grãos, artesanatos == no cotidiano das pessoas comuns.


Pausadamente Árida
Nem o vento é capaz
de condensar as minhas lágrimas.
Hoje que me faço
ataduras de veludoaos ouvidos machucados.
Logo hoje
minha coluna
mantida ereta
cabeça erguida
e
na testa
um suor porco.
Me sinto pouco.
Talvez nenhum.
E não choro
águas paradas
lagoas desembocando no caos.
Logo hoje
elegia ao tempo
eu sofro de mundo
e mudo
o vento
a cada instante.
Queria mesmo era chorar.
Laís Romero
de condensar as minhas lágrimas.
Hoje que me faço
ataduras de veludoaos ouvidos machucados.
Logo hoje
minha coluna
mantida ereta
cabeça erguida
e
na testa
um suor porco.
Me sinto pouco.
Talvez nenhum.
E não choro
águas paradas
lagoas desembocando no caos.
Logo hoje
elegia ao tempo
eu sofro de mundo
e mudo
o vento
a cada instante.
Queria mesmo era chorar.
Laís Romero
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