quarta-feira, 9 de novembro de 2011

“o vento mete metais dentro do soco...”

João Cabral de Melo Neto


O vento acorda o rosto sonâmbulo
O olho cego
A boca sem língua
O vento acende o músculo rijo
Mapeia a fenda rubra
Colore o dia cinza

O vento vaga voluptuoso visceral
Varrendo vozes vãs
Desejos distorcidos diásporas
O dia d’agora em diante


Luiz Valadares

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