sábado, 2 de julho de 2011

madrugada às cegas

amanhece calmo e frio o dia e sua tez orvalhada
sob o canto atônito dos seres de plumas leves
que reinam no ar e riscam o céu
nus e rindo dos raios de sol

quando a palidez soturna se desfaz
da umedecida madrugada
os pássaros pintam as cores do seu canto
resplandecendo incessantes comunicados

o som faz brotar das sombras a clareza do verde
o braile a notar-se ao toque das formas
verdade e natureza se cruzam na idéia
o plano de fundo cortina e o véu de toda a vida

vasculhar memórias e enfileirar dados
todos tecidos, tapa olho, espelho plano
a enfeitar de faces o meu rosto
e de sonhos o meu breve sono.


Telmo Belizário Galvão - colaborador

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