quarta-feira, 25 de maio de 2011

da glória e seus rumores

Heródoto há dias viajava sacolejando no lombo de um velho cavalo aposentado das batalhas. Vê-lo assim, envolto em viagens e bagagens, compenetrado em suas observações, olhar atento, mal podia divisar que no fundo da velha bolsa que trazia, entre escrituras, rabiscos e lonjuras – filhas da própria escrita de quem por não saber o que sabe, pensa nos homens como deuses amputados -  uma das páginas mais importantes da história humana, estava sendo escrita. Ele refletia sobre os destinos dos homens. Escrevia História. Testemunhava os acontecimentos daquele lugar sublime: o lombo de seu velho cavalo. Não se sabe ao certo, mas Heródoto tinha uma verdadeira obsessão pelo tempo, pelo fluir do tempo, por isso pensava em guardar os grandes feitos dos gregos e... bárbaros... Não satisfeito com a pressa das coisas e da vida, acreditava que, sendo homem da cidade, haveria de saber mais do que os outros, a  respeito do peso dos acontecimentos. Sabia multiplica-los. Condena-los ao degredo do texto, da escritura. Sabia que além da sutileza das narrativas, casos e acasos, somente à História seria dado a última palavra...

Francisco Denis Melo |colaborador - Sobral/CE|

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